Aprendendo cálculos brincando
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SALA DE AULA | Matemática

Vamos às compras

Um brechó em sala de aula é uma boa atividade para trabalhar o campo aditivo com as turmas de 1º e 2º anos. Mas a observação do professor é fundamental para dar seqüência ao aprendizado.

Propor uma atividade na sala de aula para que os alunos atuem como compradores e vendedores é uma prática adotada por muitos professores do Ensino Fundamental a fim de trabalhar conteúdos como soma e subtração.
Porém a maioria deles, de acordo com os selecionadores, não aprofunda o conhecimento matemático porque os trabalhos são abandonados assim que as atividades de compra e venda se encerram. Os alunos organizam o bazar, se divertem, compram vários objetos, calculam o troco e o total das compras de diversas maneiras… Mas cabe ao professor observar como eles atuam, quais as dificuldades que surgem, como e se elas são solucionadas para, com base nisso, propor discussões posteriores que levem a garotada a avançar na aprendizagem. “O objetivo desse tipo de atividade é a discussão das estratégias utilizadas para calcular.
Comparação de valor
Durante as compras, as crianças chegam à quantia cobrada de diferentes maneiras. Socialize os exemplos e mostre que vários deles são corretos.

Seqüência didática:

Brechó escolar

Objetivo
Desenvolver estratégias de cálculo.

Conteúdos:Adição e subtração.

Anos 1º e 2º.

Tempo estimado Dez aulas.


Material necessário
Objetos usados, como brinquedos, gibis, cédulas que imitem as verdadeiras, papel, canetas, lápis e etiquetas.

Desenvolvimento

1ª ETAPA

Explique para a turma o que é um brechó – uma loja que vende objetos usados. Peça que os alunos levem dois itens para a escola. Antes, informe aos pais que os produtos não serão devolvidos.

2ª ETAPA

Oriente-os a separar tudo em grupos: brinquedos, gibis etc. Defina valores que favoreçam boas problematizações, escreva-os nas etiquetas e peça que coloquem nas peças. Entregue folhas e lápis para que quem precise faça anotações.

3ª ETAPA

Divida os pequenos em vendedores – que receberão notas de 2 e 1 real (para o troco) – e compradores, todos com o mesmo valor em cédulas de 5, 10 e 20.

4ª ETAPA

Inaugure o brechó. Observe e anote as estratégias criadas por todos. No fim, recolha as folhas com as anotações feitas pela garotada.

5ª ETAPA

Analise os registros das crianças e suas anotações. Nas aulas seguintes, sem as cédulas, discuta as situações que surgiram no brechó – uma a cada aula – e sugira outras.

Avaliação
Sem as cédulas, proponha situações hipotéticas com 20 reais. A turma deve apresentar diferentes combinações de objetos e calcular quanto resta em cada uma.

Conteúdos em cena
A educadora Delia Lerner esclarece no livro A Matemática na Escola: Aqui e Agora que, de fato, as situações cotidianas ajudam a contextualizar os conteúdos, facilitam a tomada de consciência da utilidade da Matemática no âmbito extra-escolar e levam as crianças a se interessar pela disciplina. Mas outro benefício que essas práticas proporcionam – e que deve ser uma das prioridades do professor – é saber como as crianças lidam com as situações que envolvem, nesse caso, o campo aditivo: a adição e a subtração.

O trabalho com o sistema monetário numa situação de compra e venda tem como objetivo ensinar aos estudantes das séries inciais os seguintes conteúdos:

Equivalência: 8 é igual a 5+2+1, 2+2+2+2, 1+1+1+1+1+1+1+1, 10-2, 3+3+3-1. Os exemplos podem surgir durante o manuseio das cédulas que imitem as verdadeiras nas compras ou em situações hipotéticas (veja a seqüência didática na página 68).

Sobrecontagem (considerar um dos números e continuar contando a partir dele: para adicionar 3 a 2, conta-se a partir do 3, passando pelo 4, até chegar ao 5, em vez de contar 1, 2, 3 e depois seguir 4 e 5). Alguns alunos passam da contagem para a sobrecontagem sozinhos, mas em alguns casos o professor precisa intervir: “Se eu quiser saber quanto é 350+20, terei de contar nos dedos até 350?” Priscila antecipa que os próprios alunos vão reclamar da demora e propor alternativas. Outra expectativa é que percebam que a sobrecontagem tem resultados mais precisos.

Memorização de alguns resultados, como 10+10=20 e 5+5=10, trabalhados com o manuseio das cédulas. “O professor deve perguntar quais resultados o grupo já sabe, além dos alcançados com as notas. Tudo deve ser registrado num cartaz que ficará exposto na sala”, fala Priscila.

Compra casada
Ao adquirir dois ou mais produtos, os alunos realizam adições para calcular o total do gasto. Peça que expliquem como alcançaram os resultados.


Durante o brechó, além de atuar como observador, o professor pode fazer algumas intervenções, sem interromper as compras, para descobrir o raciocício feito pelas crianças e até solucionar dúvidas sem apresentar as respostas diretamente, incentivando a utilização de outras estratégias. As questões e os comentários devem ser apresentados individualmente ou a grupos pequenos:

Comparar as maneiras encontradas pelos alunos para comprar um objeto, compondo a quantia de forma variada: “Você comprou uma boneca por 36 reais com três notas de 10 reais e seis de 1 real e sua colega adquiriu outra igual pelo mesmo valor usando uma cédula de 20, uma de 10, uma de 5 e uma de 1” (veja a ilustração na página anterior).

Perguntar de que forma realizaram os cálculos para comprar dois produtos: “Como você fez para determinar o valor total da compra de um carrinho que custa 8 reais e uma bola de 5 reais?” (veja a ilustração acima).

Provocar a antecipação de cálculo: “Se você comprar um macaco de pelúcia que custa 33 reais com uma nota de 20 e sete de 2, receberá troco?”

Se alguém apresenta dificuldades, Priscila explica que o professor pode até apontar a solução dada por outro aluno, mas, se surgirem erros, ele não deve corrigi-los, e sim aproveitar para problematizá-los com mais indagações: “Como você vai conseguir comprar um pião que custa 15 reais se tem só 5 reais?”

Cálculos independentes
Depois de observar as estratégias adotadas pelos alunos, o passo seguinte é trabalhar o conteúdo sem as cédulas para desvincular o conhecimento da situação de compra e venda. O professor deve expor as ocorrências do brechó e outras hipotéticas. São opções a compra de dois objetos de mesmo valor e o uso do troco para adquirir outro produto. Depois, deve ser aberta a discussão para que as soluções das crianças sejam compartilhadas. Para finalizar, é importante sistematizar, ou seja, registrar tudo em cartazes e deixá-los expostos na sala de aula para que a turma tome consciência do que aprendeu.

Cálculo do troco
Para saber quanto será devolvido ao comprador, os alunos usam várias estratégias, como adições e subtrações. Exponha as opções e discuta nas aulas seguintes.

Fonte: Revista Nova Escola

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Sobre mim

Olá eu sou a Professora Greice Amorim, formada em pedagogia com especialização em psicopedagoga.
Sou professora de Ed. Infantil e Fundamental I a mais de 20 anos. Aqui você encontrará sugestões, ideias e atividades para trabalhar de forma lúdica e criativa. Também tenho um canal no YouTube com o mesmo nome do blog, com muitos vídeos para professores, pais e alunos.

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